quinta-feira, 8 de abril de 2010

Bomba de Insulina

6/6/2009 - Dr. Walter Minicucci

Entenda tudo sobre um dos mais novos e modernos tratamentos para o diabetes.

O que é?
Bomba de insulina, Bomba de Infusão em Insulina ou mesmo Sistema de Infusão Contínua de Insulina, todos se referem ao mesmo aparelho. Semelhante a um bip, o equipamento é do tamanho de um cartão de crédito, tem cerca de 3 centímetros de espessura, não pesa mais do que 100 gramas e está ligado ao corpo por um cateter (nada doloroso) que, em sua extremidade, tem uma agulha flexível.
No Brasil o sistema ainda é considerado novo, embora exista desde 1998 e já é utilizado no mundo inteiro rotineiramente. A bomba de insulina conta com cerca de mil usuários no país e coloca os interessados no custoso equipamento diante de um dilema: até que ponto a flexibilidade nos horários e na própria alimentação não compromete o tratamento do diabetes?
A bomba de insulina pode ter controle remoto ou não, ser colorida ou preta, de última geração, re-fabricada ou de um modelo mais antigo. Seja como for, ela tem, basicamente, a mesma função: garantir um controle eficiente da glicemia e o FIM DAS AGULHADAS. É importante lembrar que o aparelho requer uma série de cuidados e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar.

Como funciona?
Dois botões são responsáveis por toda a programação da bomba de insulina e a utilização deles não é complicada. "Ao contrário do que muitos pensam os idosos não encontram dificuldades em utilizar o aparelho. As crianças também se interessam e aprendem rapidamente", afirma a enfermeira Mieco Hashimoto, do Departamento de Enfermagem da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). O fato de estar conectado a um aparelho 24 horas não significa que o usuário tenha de se sentir incomodado por ele. Depois de decidir-se pela utilização do método, o usuário deve encontrar a melhor maneira de estar com a sua bomba junto ao corpo. Cintos (de perna inclusive), pochetes, bolsas, clips, estojo à prova d'água estão entre os acessórios. Muitas usuárias carregam as suas bombas nas alças dos sutiãs ou nos próprios bolsos de suas calças e bermudas, que passam por uma pequena adaptação: é feito pequeno orifício no tecido para a passagem do cateter.
"As bombas têm uma missão ambiciosa: injetar continuamente doses de insulina no paciente, numa quantidade determinada, de acordo com suas características", explica o endocrinologista Walter Minicucci, coordenador do site SBD e um dos maiores especialistas no país em bomba de insulina.

Individualidade do tratamento
A bomba de insulina conta com várias programações a serem personalizadas pelo médico que acompanha o tratamento. A partir do acompanhamento médico são identificados os horários médios de oscilação dos níveis glicêmicos que, normalmente, acontecem no primeiro mês de utilização do aparelho. Há programações de segurança para assegurar que não aconteçam alterações nos índices corretos; e a de memória, para regular a quantidade de insulina ultra-rápida a ser liberada de forma basal (ininterruptamente durante todo o dia) e bolus (que deve ser enviada na hora das refeições e depois da contagem de carboidratos).
Existem equipamentos, por exemplo, nos quais o usuário pode programar o bolus para ingestão de alimentos em festas, etc. "Como o único jeito de administrar insulina é por meio de aplicação subcutânea, o uso da bomba é uma forma menos dolorosa e mais eficaz", conta o Dr. Minicucci.

Quem pode usar?
Diante da gama de vantagens oferecidas aos usuários de bombas de insulina, dificilmente há uma pessoa com diabetes que não tenha interesse em testar o método. No entanto, é preciso esclarecer que a bomba não é uma solução para todos os casos de diabetes. As indicações são, principalmente, para os adolescentes e adultos com diabetes tipo 1, ou seja, insulinodependentes. "Tanto o paciente descompensado, quanto a grávida com diabetes podem usar a bomba de insulina. Na verdade, uma das grandes indicações do tratamento com bomba de infusão de insulina é na gestante com diabetes, porque nessas pacientes o controle glicêmico fica muito facilitado", explica o Dr. Minicucci.
As crianças também têm indicação. Segundo o site ChildrenwithDiabetes.com, estudos demonstram que a bomba de insulina trabalha muito bem em crianças em idade pré-escolar ou que estão aprendendo a andar.Esse método também enfrenta suas contra-indicações. Pessoas que têm aversão às agulhas; que não desejem fazer pontas de dedo várias vezes ao dia; que não tenham interesse em inserir a contagem de carboidratos em seu planejamento alimentar; ou que não têm a menor habilidade em manusear botões devem recorrer ao médico e, juntos, estudar outra alternativa.

Custos e alternativas
Devido ao alto custo de aquisição da bomba, hoje no Brasil também trabalha-se com a versão re-fabricada, que custa a metade do preço. "Segundo o fabricante, estas bombas têm o mesmo grau de eficiência que as que saem da fábrica pela primeira vez, e receberam o aval da FDA e do Ministério da Saúde", afirma Minicucci.
Quanto à garantia, vale ressaltar que o tempo é o mesmo das novas: 2 anos. A cada três dias, o usuário da bomba necessita trocar os descartáveis de seu aparelho. Essa manutenção custa, em média, R$ 500,00 mensais. Segundo o Dr. Minicucci, a falta de informações e de acesso são os principais obstáculos à divulgação do método da bomba.Outra opção é o portador de diabetes buscar pelos seus direitos junto ao Ministério Público.
"A Sociedade Brasileira de Diabetes está preparando algumas sugestões de normas para serem enviadas ao Ministério da Saúde e Secretarias de Saúde Estaduais, para priorizar a doação da bomba para aquelas pessoas que, de fato, tenham necessidade absoluta de seu uso", explica Minicucci. Em média, um equipamento custa cerca de R$ 12.000,00. Para que isso seja financiado pelo governo é preciso que exista uma justificativa real, dada pelo médico, sobre a necessidade daquele paciente.

Acompanhamento médico
O uso da bomba é, sem dúvida, um eficiente método de controle do diabetes. No entanto, não deve ser visto como uma solução definitiva. É importante destacar que este é um sistema que tem como objetivo a melhora da qualidade e o aumento da perspectiva de vida do usuário - caso seja utilizado de maneira correta. Para isso, um acompanhamento médico intensivo é indispensável.

"Test drive"
Além de despertar o interesse de diversos pacientes, os profissionais de saúde que lidam com o tratamento do diabetes procuram se manter informados com o novo método de infusão. Durante o Acampamento da ADJ-Unifesp, realizado este ano, um dos acampantes, Rafael Morandi, fez algumas demonstrações para a equipe multidisciplinar e para outros participantes. O adolescente, de 15 anos, utiliza o sistema de infusão H-Tron plus, da Roche. Uma série de perguntas foi feita pelos profissionais de saúde, que tiveram a possibilidade de acompanhar o uso do equipamento durante uma semana. Dúvidas quanto a compra e manutenção também foram esclarecidas. Segundo as explicações, é possível fazer uma espécie de "teste drive" por um mês, a um custo de cerca de R$ 200,00. Assim é possível saber se a pessoa com diabetes irá conseguir se adaptar ao sistema.

Modelos e Marcas






As bombas existentes no mercado nacional atualmente são: Medtronic 508® e Disetronic HPlus® atendem as necessidades fundamentais da terapêutica intensiva com o uso de bomba de infusão de insulina e são de boa qualidade
As bombas de insulina mais modernas como a ACCU-CHEK®Spirit e a Paradigma 715 E 722® que permitem conseguir melhores resultados, no tratamento do diabetes, desde que seus recursos sejam adequadamente utilizados.
Existem algumas diferenças entre cada uma delas, embora ambas sejam de ótima qualidade e usadas em todo o mundo desenvolvido.
A Paradigma 722 por exemplo pode vir acoplada a um mecanismo que junto com um sensor de glicose, permite saber os valores de glicose no organismo a cada 5 minutos.

Fonte da matéria : Dr. Walter Minicucci http://www.walterminicucci.com.br

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