domingo, 11 de abril de 2010

Diabetes Tipo I e Gravidez



Os avanços no tratamento do diabetes melito tipo I permitiram que grande parte das diabéticas tenham qualidade de vida muito próxima do normal. Sem tanta preocupação com problemas da própria saúde, surgem desejos naturais, como o de ter um filho. A gestação de mulheres diabéticas é sempre considerada uma gestação de alto risco, no entanto, com um bom acompanhamento pré-natal, os resultados assemelham-se aos de pacientes não diabéticas. Veja aqui algumas dicas para ter uma gravidez saudável!

Controle bem o diabetes antes de engravidar

Não espere engravidar para verificar o controle, pois a gravidez em uma diabética mal-controlada aumenta os riscos de aborto nos primeiros 3 meses e também a chance de malformações do bebê. Uma boa medida para avaliar se o seu controle está adequado é a hemoglobina glicada, ou hemoglobina glicosilada, um exame que reflete a média dos controles do açúcar no sangue nos últimos 2 a 3 meses. Atualmente, recomenda-se que a hemoglobina glicada esteja menor ou igual a 6,5% para que a mulher comece a tentar uma gravidez.

Planeje antecipadamente as mudanças necessárias na sua rotina

Isso não serve apenas para a gestação, afinal de contas, você está prestes a ter um bebê! Várias coisas mudarão na sua vida e você precisa ir se preparando. Durante a gestação você deverá respeitar com rigor os horários das refeições e fazer um número maior de refeições por dia (as 3 principais e mais 3 pequenos lanches). Será preciso um maior número de picadas de dedo (dextros) para avaliar as taxas de açúcar no sangue diariamente, durante toda a gravidez. Isso acontece porque a necessidade de insulina vai mudando com o evoluir da gestação, e o médico precisará ir ajustando as doses.
Você deve adotar uma dieta mais saudável, se possível com avaliações frequentes de uma nutricionista, para adequar sua alimentação ao tratamento do diabetes. Portanto, comece a planejar o dia-a-dia, considerando seu trabalho, lazer e outras atividades, para que a gravidez chegue ao final com o melhor resultado possível.

Esteja no peso ideal

Além do bom controle da glicemia, estar no peso adequado ajuda a melhorar os resultados da gravidez para você e para o bebê.

Estabeleça um canal de comunicação entre o seu Endocrinologista e o seu Ginecologista e Obstetra

Durante a gestação, a boa comunicação entre esses profissionais é essencial para a tomada de decisões. Também é importante procurar um obstetra que tenha experiência no tratamento de gestantes diabéticas.

Se possível, faça uma consulta pré-concepcional

Assim o obstetra irá recomendar o uso antecipado de um suplemento nutricional chamado ácido fólico, que ajuda a prevenir malformações na coluna vertebral do bebê. Serão solicitados exames de doenças infecciosas que podem ser transmitidas ao bebê e reavaliados os seus exames do diabetes, para verificar o seu estado de saúde e modificações que possam ser necessárias antes de engravidar. Esse é um bom momento para você tirar todas as dúvidas e sair segura sobre o planejamento da gestação.



Veja abaixo as dúvidas mais frequêntes entre as futuras mamãe

Posso usar qualquer tipo de insulina na gravidez?

Atualmente existem vários tipos de insulina disponíveis. A maior experiência é com o uso de NPH e insulina regular, entretanto se você usa outras insulinas, como a Lispro, Aspart, Detemir ou Glargina e está bem controlada, poderá continuar utilizando o mesmo tratamento.

Meu bebê vai ter diabetes?

O risco dos filhos de mães diabéticas desenvolverem diabetes é maior se comparado com mães que não tenham a doença. No entanto, esse risco fica por volta de 3%, o que, em termos absolutos, não é muito. Portanto, o risco de ter um filho que desenvolva o diabetes não deve desencorajar mulheres diabéticas de engravidarem.

Por ser diabética, preciso fazer mais exames durante o pré-natal?

Alguns exames extras estão indicados em diabéticas. Já na primeira consulta, você precisa ter exames do funcionamento dos rins, ecocardiografia e exame do fundo de olho no início da gravidez. Se você tem esses exames recentes, tudo bem. Durante a gestação, o médico acompanhará suas glicemias e pedirá a hemoglobina glicosilada a cada 3 meses, para avaliar a evolução do controle. As ultrassonografias deverão ser mais frequentes, aproximadamente uma por mês, para avaliar o crescimento do bebê e também a quantidade de líquido amniótico. Estão indicadas duas ultrassonografias especiais: a ecocardiografia fetal, que avalia de modo mais completo a formação do coração do bebê e a dopplervelocimetria obstétrica, ou simplesmente ultrassom com doppler. Essa última tem um nome complicado, mas é um exame simples, que avalia a circulação do bebê e da placenta, com o objetivo de identificar se há um problema conhecido como insuficiência placentária (um defeito no funcionamento da placenta que pode dificultar o crescimento adequado do bebê). Outro exame que pedimos em diabéticas com mais frequência é a cultura de urina, pois a doença predispõe a infecções urinárias durante a gravidez.

O parto deverá obrigatoriamente ser cesárea?

Não, caso a gravidez evolua bem e o bebê esteja num tamanho adequado, você poderá ter um parto normal.

O diabetes traz algum risco para a saúde do bebê?

O diabetes mal-controlado pode trazer riscos para a saúde do bebê. No começo da gravidez pode levar a maior risco de malformações, especialmente defeitos na formação do coração fetal. Eleva-se também o risco de aborto. É importante salientar que, apesar de haver aumento no risco dessas condições em comparação à população não diabética, a grande maioria dos bebês de gestantes com diabetes tipo I não apresenta qualquer malformação ao nascimento. Do meio para o final da gestação podem aparecer outros problemas relacionados ao descontrole do diabetes, como por exemplo o crescimento excessivo do bebê, o que chamamos de macrossomia.

Mas não é bom o bebê crescer bastante?

A resposta é não. Durante o parto, pode haver dificuldades se ele estiver acima do peso e, em alguns casos, será indicada uma cesárea. Além disso, o fato do bebê crescer muito rápido não significa que ele esteja amadurecendo adequadamente. De fato, bebês de mães diabéticas descontroladas podem nascer com bom peso e ainda assim precisarem de cuidados intensivos depois do nascimento, pois o diabetes pode atrasar o amadurecimento dos pulmões. Outra anormalidade que pode ocorrer é o aumento da quantidade de líquido dentro do útero (líquido amniótico), gerando desconforto no abdome da grávida, dificuldade para respirar e até mesmo desencadear um trabalho de parto prematuro pela distensão uterina.

A gravidez pode trazer complicações para a saúde da mãe diabética?

Felizmente, complicações graves não são comuns. As diabéticas que tem algum comprometimento da função dos rins, apresentam maior risco de doenças hipertensivas da gestação, principalmente a pré-eclâmpsia.

Faço contagem de carboidratos. Posso continuar?

Sim, mas haverá menor liberdade na escolha dos alimentos. Por exemplo, se você está acostumada a se esbaldar de chocolates e depois compensar com a insulina, isso não será permitido. Pense que QUALQUER gestante deve ter uma dieta adequada, independentemente de ser ou não diabética. Idealmente, a nutricionista calculará sua necessidade dietética em termos de calorias e carboidratos para cada uma das refeições, e lhe dará várias opções do que comer, com uma dose aproximadamente fixa de insulina para cada refeição. O emprego de correção de glicemia durante a gravidez não é o ideal, pois a gestante pode ficar várias horas com a glicemia elevada até que a correção seja feita. Na gestação, não queremos correr atrás do prejuízo, queremos nos antecipar a ele.

Depois do parto, poderei amamentar?

Sim, mas você deverá ter alguns cuidados. Sempre faça um pequeno lanche antes de cada mamada (como um copo de leite, por exemplo), pois a amamentação pode levar a hipoglicemias súbitas. Logo depois do parto, a necessidade de insulina pode diminuir bastante e as hipoglicemias ficam mais frequentes se a dose não for corrigida. Além disso, uma nutricionista irá orientá-la sobre o aporte calórico extra que você deverá ingerir enquanto estiver amamentando.

Em resumo, planeje-se, procure profissionais qualificados para acompanhá-la e tenha uma gestação tranquila!! Boa sorte!!

Este artigo foi escrito pela Dra. Karen Cristine Abrão.
http://www.fetalmed.net/diabetes-tipo-i-e-gravidez.html


diabética tipo 1 e gravidez muito bem sucedida







Aclamada internacionalmente, Halle Berry foi a primeira mulher negra a ganhar o Oscar de melhor atriz, interpretando o papel de "Dorothy Dandridge" no filme "O Brilho de uma Estrela". Dessa vez, um pouco mais longe das telas do cinema, a atriz resolve brilhar novamente como a quarentona mais sexy do mundo, segundo a revista "Esquire".
O que a maioria do público desconhece é que além de sua guerra com as câmaras, Halle enfrenta outra batalha todos os dias com um inimigo, o diabetes. Descobriu que era diabética durante uma das gravações. Sem nenhum aviso, Halle começou a sentir um grande mal estar, tontura e embaçamento da visão que foi piorando cada vez mais e que acabou levando-a a um coma diabético por quase uma semana.
A partir de então, tomou consciência do seu estado de saúde e tomou todas as medidas necessárias para um bom controle da sua glicemia. Em uma de suas entrevistas ela disse: "Comecei a comer muitos vegetais, carne de frango e carne de peixe. Infelizmente, tive que deixar de lado a carne vermelha e os doces da minha dieta e ir devagar com as frutas porque elas podem conter um pouco mais de açúcar." Ela iniciou também um rigoroso controle sobre suas atividades físicas tendo aulas de yoga diariamente e patinação quatro vezes na semana. "Preciso prestar atenção em tudo que pode afetar os meus níveis de açúcar no sangue o que incluí dietas, exercícios e stress", afirma a atriz.
Mesmo agindo corretamente com dietas e exercícios, a beldade não parou por aí. "Preciso avaliar meu nível glicêmico várias vezes no dia", afirma. "Eu furo a ponta dos meus dedos a cada hora para retirar uma gota de sangue e testar em um kit especial que me diz o quanto alto ou baixo está o nível de açúcar no meu sangue para depois usar a insulina". Interrogada se tudo isso a incomoda, ela afirmou: "Na verdade me sinto com muita sorte em poder usar a insulina. Ela me livra de adoecer". Como se tudo isso não bastasse, no primeiro semestre de 2008, a atriz terminou uma gravidez muito bem suscedida, com a filha Nahla Ariela Aubry em seus braços, evidenciando que está ganhando de longe sua batalha contra o diabetes.


Diabetes Tipo I e Gravidez na Adolescência

No meu caso foi um mais complicado, por não ter planejado nada antes e também por ter só 17 anos...
Quando eu descobri que estava grávida eu nem acreditei, claro que eu já havia suspeitado que alguma coisa estava diferente, mas eu nunca pensei que pudesse realmente estar grávida.
Bom, no inicio não foi nada fácil, tinhamos que contar para família e tudo mais, e essa é realmente uma coisa complicada. Como contar para seus pais que você, que nem se formou na faculdade ainda e que ainda vai depender muito deles, vai ter um bebê? É, não tem um jeito fácil para isso...
Porém, não tinha mas jeito, tinhamos que contar. E contamos... deu tudo certo, eles, felizmente, nos apoiaram, e depois foi só alegria, e muita ansiedade. O apoio deles foi essencial para que tudo desse certo.
A gravidez, foi tranquila, até um certo ponto, tinha que fazer vários exames, muitas medições de glicose durante o dia e não dormia nada bem durante a noite , eu sentia ansiedade, medo e um pouco de culpa por tudo. Tinha medo de que alguma coisa desse errado. No fim, minha glicemia que estava ótima, começou a ficar alta, por causa do corticóide, que tinha que tomar, já que o parto seria feito com no maximo 38 semanas de gestação. Eu tive pré-eclâmpisia grave, pressão alta, tive que ficar semanas de repouso, e tive o Carlinhos antes de completar 37 semanas.
A pior parte de tudo isso, foi que o meu filhinho teve que ficar 21 dias na UTI neonatal, por ter nascido com 4 kilos e meio, desconforto respiratório e hipoglicemias graves. Como nós sofremos naquela época...
Eu nunca pensei que fosse passar por momentos tão difíceis. Pensava que depois que ele nascesse seria tudo muito perfeito, e logo pegaria ele, e o amamentaria, trocaria sua frada... E não foi bem assim, eu só vi ele no segundo dia, só peguei ele no colo na segunda semana, e só amamentei ele na terceira...
Eu me culpava tanto por tudo que estava acontecendo, só depois eu descobri que nada do que tinha acontecido era culpa minha.
Por isso, tudo que o mais importante na gravidez com diabetes tipo 1 é o planejamento. E também, é claro um bom pré-natal, acompanhamento médico, dieta e exercícios.
Mas, Graças a Deus, tudo terminou bem, e hoje meu filho é a criança mas linda, fofa, esperta e perfeita do mundo!

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