segunda-feira, 19 de abril de 2010

Pâncreas artificial

Pâncreas artificial pode beneficiar diabéticos


A revista científica Science divulgou nesta quarta o resultado do teste com um pâncreas artificial.

"Eu tenho diabetes há 25 anos, descobri quando era criança, e carrego uma bomba de insulina, que é a minha vida, se assim posso dizer. Mesmo assim é difícil”, diz o doutor Aaron Kowalski. “Eu preciso furar os dedos várias vezes ao dia para ver o nível da glicose no meu organismo”.

Mas um aparelho que funciona como um pâncreas artificial pode resolver esse problema. O protótipo, apresentado nesta quarta, mede o glucagon, hormônio que eleva a quantidade de açúcar no sangue.

Manda a informação para um computador, que interpreta os dados, e injeta automaticamente no organismo a quantidade necessária de insulina e glucagon para manter o nível de glicose equilibrado.

Até agora os aparelhos portáteis só aplicavam a insulina e não tinham a capacidade de medir e controlar o nível de açúcar no sangue em tempo real.

O médico, que ajudou na desenvolver o pâncreas artificial, conta que será possível evitar problemas graves provocados pela diabetes, como amputações, cegueira, infartos.

Os pesquisadores fizeram testes e o aparelho funcionou muito bem no controle da diabetes tipo 1. Isso é bom para aproximadamente 10% de todas as pessoas que sofrem com esta doença.

Mas os próprios cientistas dizem que vão fazer ajustes no mesmo aparelho para que ele venha a ajudar aqueles que sofrem com a diabetes tipo 2. Aí seria um benefício para quase 300 milhões de pessoas em todo o mundo.

Saiba mais sobre o pâncreas artificial


Rodrigo Bocardi, correspondente da Globo em Nova York, dá mais informações sobre o aparelho desenvolvido nos Estados Unidos.

O aparelho que funciona como um pâncreas artificial deve começar a ser comercializado aqui nos Estados Unidos em quatro anos. Todo esse tempo é necessário porque há uma série de regras que os pesquisadores precisam cumprir antes de botar um aparelho desse tipo no mercado.

Eles precisam de autorização das agências reguladoras, certificação do produto e fabricação em grande escala. Mas, como dissemos na reportagem, os primeiros testes foram aprovados.

O preço estimado aqui nos Estados Unidos é o mesmo das atuais bombas de insulina, aproximadamente US$ 4 mil. Mas aqui a maioria dos planos de saúde cobre esse tipo de despesa.

No Brasil, o preço deve seguir a mesma linha. Ou seja, custar o mesmo que as atuais bombas de insulina. A cobertura varia de plano para plano e poderá ser disponibilizado na rede pública.

Para o governo, é viável disponibilizar o produto porque o valor, apesar de alto, é inferior ao custo de cirurgias que podem vir a ser feitas por causa de problemas recorrentes da diabetes.

O que mostramos na reportagem, para ficar claro, é um protótipo. O aparelho, quando estiver pronto, vai ser do tamanho de um aparelho de telefone celular e poderá ser carregado na cintura.

A grande sacada dos pesquisadores é que eles conseguiram desenvolver um programa de computador capaz de medir em tempo real o nível de açúcar no sangue. Portanto, até mesmo quando a pessoa estiver dormindo, ela será monitorada e, óbvio, o sono será mais tranquilo.

Fonte: Rede Globo de Jornalismo.

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